Recentemente no interior do sul do Brasil, uma cidade que esperou 20 anos por melhorias em seu aeroporto, arrecadou mais de R$ 50 milhões em verbas estaduais e federais, não conseguiu retomar as suas operações aeroportuárias dentro do prazo estipulado para a obra. O motivo? Na fase de execução do projeto luminotécnico, diversos equipamentos apresentaram falhas, ocasionando a não liberação das atividades por parte da ANAC (Agencia Nacional de Aviação Civil) após a vistoria. Felizmente com a substituição dos equipamentos, novos testes foram realizados, nova vistoria foi realizada e com significativo atraso a cidade e região, conta novamente com o serviço aeroportuário.

Obras e melhorias que atendem ao interesse público e contam com seus subsídios, tendem a ser bastante rigorosas com as normas de planejamento e execução, bem como a fiscalização acerca disso. No caso relatado, podemos observar com clareza o quão imprescindível é contar com profissionais e equipamentos que tenham alto índice de confiabilidade.

Com o objetivo de padronizar as instalações elétricas, para garantir a segurança e eficiência das pistas de pouso, a ANAC além de normatizar expressamente sobre determinados pontos, também disponibiliza manuais explicativos, sugerindo melhores práticas (tipos de circuitos para determinados projetos, tecnologias que podem ou não ser utilizadas simultaneamente) e materiais a serem utilizados (luminária de LED, gerador a óleo diesel). A agência reguladora da aviação civil no país (assim como em todos os outros), tem a obrigação de fiscalizar também a aplicação de normas internacionais dentro das pistas de pouso.

Para você ficar um pouco mais por dentro das necessidades luminotécnicas da pista, trouxemos alguns termos para serem de seu conhecimento.

Luzes de aproximação

Também conhecidas por approach light system, ficam localizadas antes da chegada a cabeceira da pista, para que o piloto possa ver a dimensão do espaço no momento em que chega com a aeronave para o pouso. VASI (Visual Approach Slope Indicator) e PAPI (Precision Approach Path Indicator) são sistemas luminosos, onde VASI tem as luzes vermelhas quando o piloto está muito próximo, vermelhas e brancas alternadamente em sequência quando o piloto está na rampa ideal e se todas as luzes estão brancas, isso significa que o piloto está muito alto. Já PAPI é um pouco mais complexo, mas é complementar a VASI. Constituído por quatro luzes que indicam: todas brancas o avião está muito alto, uma das luze vermelha a aeronave está um pouco acima, ou duas luzes vermelhas e duas brancas para que a aeronave esteja na rampa certa.

Luzes da pista de pouso

ALSF (Approach Lighting System with Sequenced Flashing Lights) é o sistema com iluminação de cor âmbar, que antecede a pista e as lâmpadas estroboscópicas que piscam sequencialmente.

REL (Runway End Lights) são as luzes vermelhas/verdes, que ficam no final/início e que tem a finalidade de identificar as delimitações da pista de pouso. É uma de luz especial, observando-a de um lado veremos a cor vermelha para identificar o fim e no outro veremos a cor verde para sinalizar o início.

REIL (Runway End Identifier Lights) é um par de luzes vermelhas que piscam ao lado da cabeceira.Elas só são vistas por quem está se aproximando para o pouso.

TDZL (Touchdown Zone Lights) são 3 luzes de cada lado da centerline e embutidas no asfalto. Estão localizadas logo após a cabeceira.

RCLS (Runway Centerline Lighting System) são as luzes que identificam a centerline, têm formato achatado e são parcialmente embutidas no asfalto.

E é tudo igualzinho, para as pistas de táxi?

Não, embora se tratem de atividades aeroportuárias e tenham diversos pontos em comum, as possibilidades para as instalações (luminárias, torre de iluminação, fontes secundárias de energia) não são identicas.

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